Eu sou uma pessoa ruim. Na maior parte do tempo não consigo sentir empatia alguma pelo mundo, é como se vivesse num estado letárgico permanente, mal consigo sentir minha pele. Não consigo reagir de forma apropriada, não consigo demonstrar sentimentos, nada. É tudo um grande vazio, eu sou um grande vazio.

Um amigo uma vez me disse que na vida só temos certeza de duas coisas, de que não sabemos nada e de que vamos morrer, mais cedo ou mais tarde. Partindo desse ponto é estranho ver como as pessoas têm tamanha dificuldade em lidar com a morte, uma vez que já nascemos prontos pra isso. O chato é não recebermos nenhum aviso prévio.
E também sou péssimo nesse lance de se auto-descrever ou simular ser o que não é. Me sinto extremamente desconfortável em situações que exigem da minha pessoa apresentações, seja lá em qual grau for. Simplesmente não acho que alguém esteja realmente interessado em saber qualquer coisa sobre a minha vida ou sobre minhas proezas descartáveis.
A verdade é que eu sou muito conservador quando o assunto é música. Poderia até dizer que me sinto frustrado ao olhar o cenário musical dos dias de hoje. Nada. É patético ver o desapego pela música como arte e poesia. Nem mesmo harmonia, só a mesma batida o tempo todo, em todos os ritmos. Saudade dos anos 90.
Tenho certeza que isso tudo vai parecer realmente ridículo e eu não espero que alguém acredite nisso tudo. Nos últimos instantes eu meio que troquei correspondências com a minha sanidade mental e eu realmente tenho a sensação de que estou começando a perder o interesse no processo da escrita.
Sou o tipo de pessoa que nunca sabe o que passou na TV. Nem sempre fui assim, mas com o passar dos anos perdi o gosto pela programação televisiva. Por algum tempo as únicas coisas que eu “assistia” eram clips ou shows e esporadicamente algum filme. Desde que conheci a Jéssica, minha programação mudou um pouco.
Sou muito grato por não terem me imposto qualquer tipo de educação religiosa durante a minha infância, ou qualquer outra fase da minha vida. No começo, até sentia inveja dos colegas que freqüentavam catecismo, mas foi por pouco tempo. Nada que algumas aulas de história ou experiências pessoais não me fizessem pensar melhor.